O aquecimento da economia brasileira tem proporcionado um aumento no consumo de bens eletrônicos e promovido o aumento da inclusão social em nosso País. Segundo informações do IBGE, uma a cada duas residências possue computador nas capitais e no geral, há um computador para cada quatro residência no Brasil.
Onde há computador, há acesso à Internet na maioria dos casos. Junto com o acesso a todo o conteúdo Web e às Redes Sociais, os usuários têm descoberto a comodidade das compras através da Internet. As grandes redes de varejo migraram para o ambiente virtual e conseguem de fato, oferecer melhores preços do que nas suas lojas reais e o preço baixo, aliado à comodidade, faz com que esse mercado cresça exponencialmente a cada ano, segundo diversas organizações que pesquisam o assunto. Não bastassem as grandes redes, vivemos agora o “boom” dos serviços de compras coletivas, proporcionando aos consumidores pechinchas diárias.
No entanto, mesmo em 2011, é preciso ainda cuidado na hora das compras pela Web, pois os problemas podem trazer mais frustração do que o esperado. Fiz minha primeira compra pela Web no ano de 1997 e pude experimentar muitas alegrias e também tristezas ao longo desses 14 anos. Também como profissional de Segurança da Informação, tomei conhecimento de diversos casos negativos e também pude acompanhar outros. Sendo assim, segue abaixo alguns casos de ameaças reais às compras virtuais.
• Problemas na Entrega: Por padrão o prazo já é mais longo que nas situações reais e pode ainda se alargar caso ocorram atrasos na liberação da mercadoria ou junto ao fisco do Estado de destino. A última compra que fiz na americanas.com, o prazo de 13 dias úteis, se tornou 32 dias úteis o que me fez desistir da compra. Porém até isso acontecer, paguei duas parcelas no cartão de crédito a restituição (estorno) pode levar mais 60 dias.
Segundo pude apurar junto à transportadora, a causa do atraso se deu por problemas tributários junto Fisco Estadual e tem sido comum com esse fornecedor, o funcionário da transportadora mencionou que não há mais espaço no galpão para armazenar tantas encomendas retidas por este problema, tanto que a central em SP não estaria mais mandando nenhuma carga para o RN.
Com isso, chego à conclusão que algumas empresas que atuam no pontocom, podem estar fraudando o sistema tributário nacional, para poder oferecer preços tão baixos e discrepantes dos praticados nas lojas presenciais. O lado bom é que o código de defesa do consumidor garante ao comprador o direito de devolução em caso de desistência, algo não existente no mercado convencional brasileiro.
• Lojas falsas: Do mesmo jeito que existem muitos interessados em comprar pela Web, existem malfeitores atrás de cometerem delitos por este meio. Já ví diversos casos de lojas virtuais falsas, que vendem o produto, cobram, mas não entregam. Por isso o recomendado é comprar nos grande sites.
• Roubo de Informações: Muitas lojas sugerem ao consumidor que deixemos seus dados do cartão de crédito gravados para agilizar a próxima compra. Isso pode representar um risco, pois há muitos casos onde essas bases de dados de clientes foram invadidas e milhares de números de cartões de crédito roubados. Portanto, é melhor sempre inserir na hora da compra e não deixar gravado. No caso de despesas periódicas, opte por débito em conta-corrente ao invés de cartão de crédito.
• Restrições das Compras Coletivas: É sempre importante olhar as letras miúdas e condições impostas em cada oferta, pois sempre há muitas. Já ouvi relatos de experiência negativa com isso, pois ao tentar usar o que comprou, as restrições foram tantas que o barato acabou saindo caro pela frustração causada. Por estar vendendo em condição especial, é normal que a loja tenha suas restrições, por isso o consumidor deve estar atento.
Por fim, comprar virtualmente pode proporcionar experiências negativas e positivas. Tudo dependerá da avaliação preliminar feita pelo consumidor e também da sua sorte, afinal, muitos imprevistos podem acontecer. Recomendo portanto, cautela, porém que sempre busque a melhor relação custo-benefício ao tomar a decisão.

Rodrigo Jorge
Publicado na Edição de Março/2011 da Informática em Revista