Volto a ventilar sobre um assunto que por mais falado que seja, ainda é mal entendido por muitos profissionais, bem como mal falado por outros. Os Cloud Services, ou Serviços de Nuvem já são uma realidade que estão atendendo milhares de empresas pelo mundo todo.

Antes de mais nada, é bom deixar claro que virtualizar um servidor ou contratar um servidor virutalizado em um ISP/Datacenter não se trata de computação em núvem. É importante que os leitores se familiarizem com termos que defininem os reais Serviços de Nuvem, como IaaS, PaaS e SaaS. O primeiro refere-se à Infrastrutura como Serviço – Ao invés de comprar e administrar servidores, contrata-se como serviço, o segundo Plataforma como Serviço – pode-se desenvolver aplicações que rodem em plataformas específicas pagando-se pela utilização e o último Software como Serviço – onde paga-se por uma espécie de aluguel do software que roda geralmente na nuvem pública da Internet e é o mais comum até hoje na Cloud Computing.

Em uma reunião com um cliente há alguns dias, me deparei com uma situação diferente. Ao comprar um servidor físico para se tornar seu servidor de arquivos, enquanto não chegava o equipamento, ele passou a usar o serviço de armazenamento de arquivos na núvem chamado DropBox. Tal serviço possibilita o armazenamento e compartilhamento de arquivos que são armazenados localmente e replicados para a nuvem. Com isso, ele permite que o usuário tenha sua informação a qualquer hora e partir de qualquer dispositivo ou de qualquer lugar. Esqueceu seu laptop em casa? Acesse a partir do Smartphone ou qualquer outro PC que tenha acesso à Internet. Confesso que como usuário do serviço, jamais havia vislumbrado a possibilidade de utilizar corporativamente. Porém, ouvindo os argumentos deste cliente fiquei convencido que é um caminho sem volta. Ele possuí alguns computadores com Windows, outros com MacOs e ainda alguns iPads e Smartphones. Necessitam acessar os arquivos dentro do escritório, a partir de casa e ainda quando estão em viagem. Daí a necessidade de também ser possível acessar os arquivos Offline quando se está em vôo, sem cobertura Internet, etc. Tudo isso, com segurança e controle de nível de acesso pelos usuário.

Além da Dropbox, existem muitas várias outras ofertas desse tipo de serviço no mercado. Há rumores que afirmam inclusive que o Google lançara seu seu serviço de armazenamento Online ainda neste mês de Abril de 2012. É possível ainda contratar diretamente o S3 da Amazon que atende clientes do mundo inteiro, como é o caso do Dropbox, e cresce exponencialmente.

Levei então a missão de pesquisar a Segurança do Ambiente e viabilidade de se abandonar o uso do servidor de arquivos para adoção do Dropbox e assim o fiz. Identifiquei primeiramente que o incidente no passado que permitiu acesso às pastas de terceiros sem autenticação foi superado e os investimentos neste sentido são os maiores pela companhia. Por falar em investimento, receberam mais de 250 milhões de dólares de vários há de vários Investidores, sendo um deles a conhecida e credenciada Sequoia Capital. Para armazenar os dados utilizam o serviço Amazon S3 que utiliza datacenter espalhados em vários lugares do mundo, incluindo o Brasil. A transmissão e recebimentos dos arquivos pelos clientes se dá via SSL com criptografia AES-256. É possível criar pastas e dar permissões especificas individualmente aos usuários. Por fim, a ferramenta oferece ainda o versionamento dos arquivos, ou seja, salvou em querer e sobre a versão anterior? Volte no tempo e veja todas as versões gravadas. E tudo isso com muita simplicidade na operação.

Percebi que de fato não há o que temer. É um caminho sem volta. Só faltou a integração com o Active Directory/LDAP para ficar perfeita a solução. Além disso, estamos falando de uma jovem, grande e rica empresa, utilizando tecnologia e parceiros de ponta com a Amazon, não tem como não ser confiável. Recomendei ao cliente que vá em frente, mantendo localmente um respositório dos arquivos para em caso de indisponibilidade do Dropbox, haver uma contigência, mais por deserncargo de consciência. A dúvida É a mesma situação da empresa que está na dúvida se mantém o servidor de email Internamente ou migra para o Google Apps. Não há o que falar da Google, é o melhor serviço do mundo e seu foco é esse serviço. Abrir a mente e avaliar as novas situações é preciso. Empresas e empresários precisam de novas alternativas, mais dinâmicas e eficientes, com um melhor custo. Profissionais do Século XXI pensem nisso, não fiquem amarrados aos modelos tradicionais pois caso contrário, poderão ser engolidos pelo tempo.

Registro e agradeço a revisão e colaboração do Dr Manoel Veras neste artigo.

Rodrigo Jorge

@rodrigojorge